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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Geringonças

Vem aí o 10 de Março para que os Portugueses larguem o voto. Até lá e depois de "lá" continuarão a largar impostos de aplicação e justeza incertas. Quando o Costa se demitiu foi um coro desafinado de condenações do MP. Instantaneamente, todo o mundo conhecia o inquérito desinquietante ou a sua iniquidade. Todo o mundo bateu no Ministério Público, na Justiça, no parágrafo cuja autoria, como se insinuou, talvez fosse do Marcelo e não da PGR. Pobre PGR Lucília que além do mais também é Gago. Não precisará mais de ajudas noutros quinhentos? Talvez agora para deslindar o novelo das gémeas!... As indignações do PS são costumeiras sempre que lhe tocam. Quem esqueceu a fanfarronada à porta da AR quando o Pedroso foi libertado? O Ferro veio recebê-lo à porta. Sem tirar nem pôr. E com o Sócrates? Quantas trombetas soaram desde os idos do Freeport? São tantas e tão desabridas que não cabem no cesto das urtigas. Há décadas que se sucedem tantas e tão rápidas que não dá para lembrar assim do pé para a mão. Uma coisa é verdade. O Coelhone tinha razão. Quem se mete com o PS leva. Está dito. Nos entretantos, temos a pedalar para mandar, o saudoso da geringonça e mais o José Luís, menos saudoso. Vá lá saber-se por quê. Se os outros parceiros da geringonça passada estão coordenadíssimos com a postura nacional, a saber, gostam muito da UE, adoram a NATO, abominam o Putin que entende estender o Império a este rectângulo à beira mar. Tudo isto complementa um desígnio nacional grandioso. Teremos, não tarda nada um outro D. João II. Já bate à porta. Entre quem é, como dizem os Transmontanos. Estamos habituados a tudo. Desde roubos em Tancos sem quaisquer responsáveis, porque ninguém sabia ,naturalmente, até ao ridículo de encontrar tarde e a más horas no telemóvel a anuência para a indemnização de Madame Ourmiéres. Só uma confidência a latere. Talvez me engane, mas a Christine ainda vai receber bem mais. Valha-nos a "rapidez" da nossa Justiça. Porque não? O SSilva não entendeu que 5 meses era mais do que suficiente para o inquérito? E é, digo eu. Só não entendo porque não agem nos outros muitos milhares que esperam anos e anos e anos. Como o Sócrates, por exemplo e como o Salgado. O que vale é que este já não se lembra. E vai suceder com todos nós. Todos teremos alzheimer. Não é o que merecemos?

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Laicismos, Neutralidades e outras beberagens


Portugal é um país de peritos. Experts, penso que será a expressão que eles preferem. Do futebol à política, à guerra, à religião, aeroportos, descentralização ou regionalização, tudo o que possa ser debitado. Bordalo, Rafael Bordalo Pinheiro, para que não haja confusões, criou um quadro que aqui se "enquadra bem". Sapos, sapatos e sabichões: assim se chama, ao que penso. Há um perito em cada esquina à espera de um assobio de qualquer meio de comunicação social  seja para assuntos específicos, seja para generalidades. Estes são contraditórios, naturalmente. Mas lá que existem, existem, como diz o aforismo castelhano relativamente às bruxas. Á falta de melhor usaremos o contra-senso: peritos generalistas.

Bom. Cada acontecimento com alguma repercussão social, gera uma onda com uma ou várias vagas com a qual a comunicação social nos massacra até à exaustão. Como tudo na vida, as vagas vão-se esvaindo com o tempo. Mas todo o cão e gato quer apanhar o pico da onda que os tempos são muito céleres e a onda é para surfar. A última onda foi a Jornada Mundial da Juventude. Teve três vagas que me tenha apercebido. A primeira foi há meses e o desperdício de dinheiro público era então a crista. A segunda foi o seu êxito ou inêxito, bem como a oportunidade e locais dos eventos. A terceira ainda persiste, mas está a esmaecer. Curioso. Quem ficaria radiante que a JMJ fosse um fracasso acabaria por escrever textos e não só que representam manobras de diversão urdidas de forma pouco subtil para não dizer boçal. Mas sempre enganam alguns incautos. Reparemos no título que o guru bloquista utiliza no último expresso: O problema do Papa é a sua Igreja. ( não sei se é literal e pouco importa). Perante o carisma e a simpatia que o papa Bergoglio indiscutivelmente despertou durante a sua estadia em Portugal. a personagem teve que fingir aceitar o porreirismo pessoal para poder largar o lodo da organização. Assim o ideal seria um Francisco Papa sem Igreja. Até porque ele - imagine-se - tudo faz para se afastar da herança de Joao Paulo II. E mais: Francisco trouxe a Portugal a mensagem do fim do seu patriarcado. Mas a Igreja, para além de usar o nosso dinheiro despudoradamente lançou uma fatwa sobre o não-dito Bordalo II. Uma fatwa! nem mais nem menos. Quem o matar será pago em dinheiro ou dormirá com umas virgens? Não é uma delícia tudo isto? Sua alteza Louçã dixit seguramente após um animado consistório bloquista.

Houve críticas alegando a laicidade do Estado. E alguém corrigiu dizendo que o Estado não era laico mas sim neutro. A todos estes sabichões não ocorreu consultar a CRP. Vem tudo no artigo 41º que começa por afirmar que a liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável. E a seguir diz-se que as Igrejas e outras comunidades religiosas são separadas do estado e são livres na sua organização. Tudo isto e só isto é regulamentado na chamada Lei da liberdade religiosa, onde a propósito daquilo a que chama princípio da cooperação se diz que o estado cooperará com as Igrejas e comunidades religiosas de acordo com a sua representatividade. Em suma: o Estado Português não é laico nem neutro. Ponto. Também não é um Estado confessional. Está separado de Igrejas e outras comunidades religiosas com as quais pode cooperar de acordo com a sua representatividade na sociedade portuguesa.

Farei aqui um ponto de ordem. Sou agnóstico. Não sou ateu. Não é a mesma coisa. Quem confunde os dois conceitos deveria procurar esclarecer-se. Mas choquemos um pouco os peritos divertidos que pretendem enlear-nos nas sua manobras de diversão. Portugal é hoje uma república porque depôs a monarquia no dia 5 de Outubro de 1910. Assim celebramos o evento. A monarquia foi instaurada pelo primeiro rei Afonso Henriques e reconhecida pelo Papa Alexandre III na bula Manifestis Pobatum em 23 de Maio de 1179. Foi aqui, creia-se ou não, que o Papa atribuíu a D. Afonso o direito de usar o título de rei bem como o direito de o transmitir aos seus sucessores com o propósito, que Afonso requereu, de defender a fé cristã e de a expandir de todas as formas incluindo lutando com a moirama. E assim fez Afonso e assim fizeram os sucessores. De Guimarães expandiu o território e a fé até aos Algarves. O quadrado, à beira mar desenhado, ficaria mais ou menos consubstanciado em 1297 com o tratado de Alcanizes.

Para o bem e para o mal, como se queira, o cristianismo ( catolicismo designadamente) teve e tem em Portugal uma história e uma aceitação social ( uma representatividade) a que nenhuma outra religião, Igreja ou comunidade religiosa pode arrogar-se como é bom de ver. O mesmo sucede com o Cristianismo na Europa. Queiramos ou não, a Europa com os milhares de vicissitudes que tem sofrido na sua longa história foi sempre influenciada por princípios cristãos e não por princípios Indús ou Mussulmanos. Foi assim. Não sabemos como será ou como virá a ser. Por mim que sou agnóstico e nem me considero nacionalista, é óbvio que a representação cristão, em Portugal não tem qualquer paralelo com a representação de qualquer outra Igreja ou comunidade religiosa. Logo, de acordo com a CRP e com a lei, a cooperação do Estado não pode ser igual para todas as religiões. Porque diabo haveria de ser? Estrafeguem-se, gritem, sapateiem, façam o que quiserem, mas não confundam o cú com as calças.


 

domingo, 30 de julho de 2023

A Grande Farsa

O mundo assiste incrédulo. Há ano e meio, um tirano medíocre aldrabão e complexado engana o seu povo e pretende enganar o mundo com tiradas verdadeiramente patéticas. Um drone que danifique um edifício em Moscovo ou uma ponte na Crimeia é um acto terrorista para o tirano e respectivos mastins amestrados. A destruição sistemática de cidades ucranianas a tortura ignóbil de prisioneiros militares e civis, o rapto de crianças, a manipulação de mentalidades permanente, cansativa e execrável são para o tirano russo e amestrados mastins actos de defesa e bravuras militares.  Na constante rede de esgotos em que se movem, vão caldeando com excrementos e matéria putrefacta tudo quanto pode tornar o ser humano repugnante. Julgo que a marcha para Moscovo de Prigozhin, chefe dos mercenários wagner foi uma farsa mal ensaiada. Nada o deteve desde a fronteira ucraniana: tomou cidades russas. Mas de repente, o sanguinário para para não derramar sangue, imagine-se. Mas com destino bem determinado e caminho protegido, naturalmente. No ocidente e talvez aqui e além, ainda houve crédulas ingenuidades. Só agora começa a desenhar-se a realidade. Outra frente de combate disfarçada visto que o traidor está na Bielorússia. Mas até soubemos, entretanto,  que cinco dias apenas depois da inventona estava afinal numa reunião dos senhores da guerra com Putin numa luxuosa sala do Kremlin revendo os planos militares. Estupores. Oxalá que me engane, Desde o primeiro dia da farsa e particularmente após a chamada intervenção do troglodita Lukaschenko que espero pelo que parece já estar a suceder para sobressalto dos polacos e dos cidadãos dos países bálticos. De todo o ocidente, diria eu. como todos deveríamos entender, porque é a liberdade que está em causa. Os carniceiros wagner vão abrir uma frente a norte da Ucrânia e o hipócrita e pusilânime Putin vai dizer que nada tem a ver com isso, que o Prigozhin é um traidor à federação russa etc etc. Enfim, as  aleivosias habituais para ingénuos e crentes, mas também para  gáudio odioso de quantos o aplaudem. Da extrema esquerda, nalguns casos com sonsas pinceladas pretensamente pacificadoras, à extrema direita de Le Pen e Cª na Europa e por esse mundo fora. Esta salada russa é um tenebroso perigo mundial. Como ensinava há poucos dias um professor de ciência política, o tirano Putin não atira a toalha ao chão. Prefere mandar o mundo para o inferno. Já estamos à porta, como é sabido.
 

domingo, 11 de junho de 2023

Mandaretes, mentiras e manhas


 Há dias, na imprensa diária. alguém sugeriu a substituição dos deputados da comissão de inquérito à TAP por jornalistas: sempre teriam um pouco mais de jeito para interrogar os chamados. Com razão. A inabilidade dos Senhores deputados chega a ser confrangedora. Depois de ouvirem Mendonça Mendes, gritaram em coro: Galamba mentiu. Claro que mentiu mas não foi Mendonça Mendes quem o revelou. Porque este não passou de um mandarete, como qualquer cidadão informado se apercebe de imediato. Vejamos a frase ( grosso modo): Galamba telefonou, mas ele ( secretário e mandarete) não mandou, não sugeriu não deu qualquer indicação de que deveria comunicar-se a ocorrência do computador ( expressão neutra para fugir ao lodaçal) ao SIS E acrescentou: nem eu nem qualquer outro membro do governo. A pergunta, imediata deveria ter sido: "Nem qualquer outro membro do governo?" Como sabe isso? Falou com todos? Ainda que assim fosse, como pode garantir tão categoricamente um facto negativo? Tudo isto tem sido manhosamente urdido para que a culpa seja da chefe de gabinete. Que bem merece. Mas não me parece que tenha os contactos de altos responsáveis do SIS. Numa palavra: desta vez a culpa não é do motorista, É da chefe do gabinete. Este trilho no charco empestado de mau gosto foi preparado, obviamente. Para ocultar os tiros no pé do manhoso que deveria chefiar a banda e sobretudo para ocultar coisas eventualmente mais graves  na TAP e, porventura, não só aí. As empresas públicas têm de facto um reporte técnico e financeiro. Reporte ou supervisão, como se queira. Mas é essencial, até para a estrutura económica comunitária que a administração dessas empresas seja autónoma e livre nas suas decisões.  Aassistimos, curiosamente - qual rebanho paciente e amorfo -  a múltiplas situações em que os ministros se confundem com gestores de empresas públicas. E ninguém reclama contra este abuso manifesto das estruturas empresariais que se traduz numa politização intolerável. De todo este imbróglio (Pedro Nuno/Galamba) resulta, obviamente, a manha do chefe da orquestra. O adjunto Pinheiro era quem tirava notas, naturalmente, e o (des)governo não queria que se soubesse que trata as comissões de inquérito e o parlamento, em boa verdade, como tolinhos que podem ser enganados com duas tretas. Daí a barulheira. É evidente que o ministro Galamba poderia ter tratado do assunto duas horas depois pessoalmente e com toda a eficácia. Até o ministro Galamba seria capaz de um comportamento tão simples, caramba. Não o fez por não quis ou alguém não o quis. Havia necessidade de ruído e ranço para entreter a manada. O secretário Mendes esquivou-se enquanto pôde. Recebido e estudado o recado pôde afirmar com a complacência de todos que nenhum membro do governo sugeriu ou sequer indicou o SIS. Assim. Peremptoriamente. Com a certeza do porteiro do Elefante Branco. E o ministro Galamba, qual colegial enganado, continua a afirmar em todo o lado: eu não menti ao país! eu não menti! Em que chiqueiro estão a transformar este pobre país. Pobre. Agora verdadeiramente pobre, porque este e muitos outros casos fedem a léguas.

terça-feira, 16 de maio de 2023

"Indigência mental em modo arrogante"


 O seu a seu dono. O título  é de Bagão Félix e li-o no Correio da Manhã há mais de um ano. Pedimos que nos seja relevada a ousadia. Não conheço o Dr. Bagão Félix pessoalmente. Mas acompanhei a sua vida pública, designadamente enquanto ministro. É um homem que admiro e que tenho como muito sério e rigoroso. Não só na política, mas na economia, naturalmente, e também na botânica, pelo que admiravelmente vai divulgando. Mas o conteúdo deste texto é exclusivamente meu. Julgo, aliás, que o Dr. Bagão Félix não teria sequer em mente as circunstâncias actuais nem quaisquer circunstâncias concretas. Tratava-se somente de uma apreciação genérica, pelo que entendi.
Esclarecimentos dados, vamos ao que interessa. A péssima novela do Senhor ministro Galamba tem estado tão presente na comunicação social que quero aqui confessar um enjôo próximo do vómito. Porque a voracidade da comunicação social descobre sempre um detalhe para esclarecer. Por mim está tudo esclarecido. Ou melhor, está esclarecido tudo o que importa. É tudo tão mau, que nada mais pode ser esclarecido, por mais portas fechadas que sejam impostas à comissão de inquérito. O autor principal, no melodrama do esclarecimento ao País, pretendia exactamente o fecho definitivo dessas portas. Mas as mentiras e até a indigência mental são tão evidentes, neste caso, que nada mais pode ser acrescentado. Quando um roubo de computador justifica o acertadíssimo acto de comunicação ao Serviço de Informações da República está tudo dito. Em termos simples, um roubo é um furto violento. O jurista que exerce funções de 1º ministro nem isto sabe. Mas seja ele furto ou roubo, ambos são crimes. Logo, são actos de polícia totalmente interditos aos Serviços de Informações. Ou seja, o que se queria atabalhoadamente justificar comprova exactamente o contrário. Daí que o Senhor 1º ministro tenha sido necessariamente desmentido pelos seus próprios apaniguados. Burburinhos no ministério do Senhor imensas condições, despedimentos pelo telefone ( a que já estamos habituados), trancas nos quartos de banho ( para evitar assédios?) tudo isso, enfim, são pormenores. Agora, os governantes não terem um conhecimento mínimo da organização e serviços do Estado é de uma ignorância que envergonha. Sem querer que o tempo volte para trás, ocorre-me lembrar que no velho 3º ciclo dos liceus, se bem me lembro, havia uma disciplina denominada OPAN ( Organização Política e Administrativa da Nação). Já que agora os ministros e Cª. devem preencher patéticos questionários para detectar ridículas incompatibilidades, acrescente-se o conhecimento da sobredita disciplina. Um curso rápido de organização política e administrativa do estado. A nação é assunto mais complexo a que nem todos os cartões partidários têm acesso. Há exemplos a que ninguém presta atenção. Por isso, deslizemos alegremente rumo às Venezuelas deste planeta mal tratado.

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Intromissões


Sempre foi claro que encher sistematicamente a boca com a retórica abrilenta como paradigma e exemplo universal de liberdade não passava de pretexto e orquestrada propaganda para pc's, blocos e tanti quanti. A técnica é conhecida há muitos anos. Falar repetidamente, falar até à saciedade, naquilo que se negará e se distorcerá se conseguido poder para tanto. Vem isto a propósito do dia 25 de Abril. Por muito que custe aos de cujos anteriormente enunciados, eu celebro a liberdade no dia 25 de Abril. Considero que o anterior regime caíu de pobre. Mas não deixo de entender corajosa a revolta dos militares, ainda que tenha sido motivada inicialmente por meras questões corporativas. No entanto, num segundo momento, houve militares, como Melo Antunes e outros que conseguiram tonificar "o movimento" com algum colorido político e merecem admiração também por isso. Depois do gole de Estado, houve um movimento parecido com uma revolução. Muito fugaz, de resto. os tais partidos e personalidades tentaram de imediato apoderar-se da ingenuidade e boa vontade populares. E conseguiram durante algum tempo. Felizmente a liberdade acabaria por vencer. Enfim, a liberdade vale a pena ser celebrada e o 25 de Abril é uma data historicamente correcta para isso. Interrogo-me, pois, a que propósito uma personagem próxima do patético como é Lula da Silva tem honras especiais nesse dia e na Assembleia da República. Sabemos que foi um convite impulsivo e tolo do Senhor Presidente da República. Sim, ele é capaz de coisas tolas, despoletando-as e persistindo nelas, como é o caso. Igualmente tolo é quem desembolsa argumentos rascas para justificar as posições do Senhor Lula da Silva, confundindo isso com a política externa brasileira. Não é que tenha loas a dar a tal política. Mas vários comentadores com memória e razão citaram já a resolução das Nações Unidas que condena a invasão russa da Ucrânia e exige a retirada dos militares do território invadido. O Brasil votou a favor. Ora, após o périplo pela china e trocas pseudo-diplomáticas, o Senhor Lula, tal como Putin, acabou por anunciar com grande sabedoria que os responsáveis pela continuação da Guerra são os Estados Unidos e a União Europeia. Ou seja, como parte que somos desta organização, nós ( Portugal) também somos quem fomenta a manutenção da guerra na Ucrânia. Mas o fraquinho de Lula por ditadores e tiranos não é novo. Adorou o seu irmão Fidel, elogiou sem reservas o Hugo Chaves e até teceu encómios a AL Hassad, para não mencionar muitos outros em África e América Latina. Isto é: o Senhor Lula só ainda não destruíu a democracia no Brasil porque nunca conseguiu força e circunstâncias favoráveis. Pois bem. Vai ser recebido com o esplendor de que somos capazes na sede da nossa democracia no dia em que celebramos a liberdade. Tenho vergonha. Mas não a têm aqueles que indignamente representam o País neste momento. É preocupante. Muito preocupante. Somos governados pela pusilanimidade. Nada mais tenho a acrescentar.
 

sexta-feira, 10 de março de 2023

Não dão uma pr'a caixa

"Clicho eu, clichas tu": do ruído ensurdecedor, longo e rastejante (!) que a TAP vem produzindo, destaca-se agora a manobra de diversão de um despedimento mediático da administradora executiva ( dita CEO) e do menos executivo presidente do conselho de administração. Engraçado: abraçando o relatório da Inspecção de Finanças onde se diz, entre outras questões juridicamente muito relevantes que advogados "de ponta" nem enxergaram, que o acordo (despedimento, renúncia) da A. Reis só poderia ser feito pelo accionista em assembleia geral, o ministro das finanças vai daí e despede a Oumières-Widener pela televisão. Toma, para aprenderes. Já houve tantos palpites sobre a questão que não ousamos esmiuçar. Basta-nos um. mais um. Se a Christina comunicou ao secretário de estado que tutela funcionalmente a empresa ( tutelava) e se foi autorizada a fazer o acordo, como já foi admitido, então tem fundamento para a tal guerra por muito que o actual ministro ache que cumpriu ou cumprirá a lei. A ninguém é exigível que corra os ministérios para praticar um acto de gestão e nenhuma lei o pode estabelecer sob pena de imbecilidade normativa. Que não é rara nos tempos que correm. Ainda que a norma custe mais 20% do que o valor de mercado. Temos de concluir: a rapaziada não sabe o que faz quando contrata nem quando distrata. Só sabem que nada sabem. Isso eles sabem-no bem e exibem-no com grande habilidade. Sempre senhores do seu nariz. Citando o inquilino de Belém que subitamente parece querer redimir-se agora, tarde e a más horas: os melões só entram no olfacto quando estão muito maduros. O que nem significa que prestem. Essa característica é gustativa e não olfativa. Mais do que madura, esta rapaziada requentada, mas pouco requintada, não dá uma p'ra caixa.
 

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Cada cavadela sua minhoca


 Para repor lugares comuns: esbatida a espuma dos dias conturbados por "casos e casinhos" é espantosa a facilidade com que os nossos governantes confessam a sua incompetência. Nada sabem. Nunca sabem nada. Como têm a obrigação de saber e para isso são pagos, é evidente a sua incompetência. No roubo das armas ninguém sabia de nada. Nem o comandante supremo das forças desarmadas, nem o primeiro ministro, nem o ministro ( que foi acusado e absolvido não sei por quê, visto não ter lido nem querer ler). Ninguém. Roubou-se, simulou-se o achado e ficou tudo em pratos limpos digerindo a ignorância ainda de babete ao pescoço. Já ninguém se lembra disto. E eu já nem me lembro de todos os outros eventos onde os responsáveis nada sabem. Por isso, basto-me com os mais recentes: Costa recrutou o dito Miguel Reis mas não sabia, obviamente, da anedota do parque transfronteiriço nem da entrega do dinheiro dos contribuintes por algo que não foi nem nunca será feito, porque nunca foi para ser feito. Numa elementar entrevista de uma média empresa, o responsável pelo recrutamento faz perguntas e informa-se sobre coisas destas ou outras ainda mais distantes. Se não o faz é incompetente naturalmente. O  Senhor primeiro ministro pergunta apenas se tem cartão partidário, visto que só isso é determinante para averiguar o perfil. O mesmo se passou com Medina e a "contratação" da sua secretária de estado do tesouro. Admitimos que Medina tenha questionado a Senhora sobre o cartão partidário mas também sobre se gostava de contar notas. Só as de mil réis, terá respondido a Alegranda Reis. Receber dinheiro numa conta conjunta ou solidária com o marido de proveniência estranha é um acto de pura inocência. Que culpa pode ter a senhora? Dormia com o marido? A sério? Mas neste caso, a cama era mesmo só para dormir. Nada de conversas ou cabriolas.

    Dizem as más linguas que o Costa já anda a rapar o tacho. Acredito. Estive uns tempos, pouco tempo, nesse partido. Foi tal a vacina que nunca houvera pertencido ou pertenci depois a mais algum. Um qualquer mago me terá feito ver qual era a real ponderação e o real interesse dos camaradas. Lembrar-me-eu que até recebi uma lista para votar sem prévia convocatória numa lista impressa em papel da Assembleia da República. Bom, o que importa são os casos e casinhos. Melhor, porque desses estou cansado, estamos todos cansados e, por mim, não quero falar mais. Ouso dizer que os Portugueses  querem o mesmo. Por isso têm a memória curta, como sabemos. Temos uma memória curtíssima. Falemos só das consequências. Nada mais há no tacho senhor primeiro ministro. Melhor. Ainda melhor. Há muitos mais no tacho.Há muitos, muitos mas são todos iguais. O Senhor é mestre em afastar de si esse e todos os outros cálices. Basta nada saber.  A verdade é que o País jamais terá um governo socialista. Os governos socialistas é que terão um país como o seu quintal privado. Quod erat demonstrandum.  Rape, rape, rape o tacho. Pode ter a certeza que haverá sempre tachistas de olhos e orelhas bem abertos. Cadê o escrutínio? Está no cartão. Mas essa de corresponsabilizar o Marcelo pela sua negligência e incompetência é de mestre. Tenho dificuldade em acreditar no apodo da sua grande habilidade. Parecem-me tão evidentes, tão frequentes e tão medíocres as habilidades a que deita mão todos os dias que só me espanta a dificuldade dos meus concidadãos em desmontar tanto populismo indigente. Mas aqui rendo-me, porque é preciso algum conhecimento ou ignorância. Querer corresponsabilizar o inquilino de Belém pela indigência de S. Bento é obra. Altera a constituição sem precisar de qualquer voto. O Marcelo cairá nessa? Acene-lhe com uma selfie. Prometa-lhe tempo de antena às escâncaras e a rodos. Pois então!?