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quinta-feira, 14 de março de 2024

O erro de Montenegro



Declaração de interesses: não votei Chega e julgo poder afirmar que nunca votarei. Entendo, no entanto, há meses que Luís Montenegro caíu na esparrela de uma esquerda inconsistente e hipócrita mas que continua a impor a sua agenda propalando a defesa de direitos que ela é a primeira a espezinhar, como a história  e a actualiadade demonstram pelo mundo inteiro. Tanto insistiram que levaram Luís Montenegro a negar qualquer negociação e até a ostracizar de tal forma o partido de A. Ventura até chegar ao actual  não é não. Quem apoia, com maior ou menor clareza, o maior criminosa da actualidade, Vladimir Putin, que moral tem para condenar um hipotético acordo da AD com o Chega? Quem odeia a UE e a NATO que moral tem para chamar xenófogo, homofóbico, racista e todo o rosário de adjectivos que essa mesma esquerda atribui, sem descanso, a quem não pensa como ela? A que propósito "partidinhos" com 3 ou 4 deputados censuram descaradamente aquele que, dizendo-se de direita, levou mais de um milhão de portugueses a votar nas suas ideias e no seu programa e a eleger 48 deputados? Isto é a pura negação da democracia. E é exactamente isto que o BE e o PCP, na sua insignificância querem e sempre quiseram: destruir a democracia. Já Cunhal dizia em entrevista a Oriana Falacci que Portugal nunca seria uma democracia. Lembram-se? Como pretendem também destruir a família, corromper as estruturas que cimentam as sociedades livres que detestam e que pretendem desestruturar e afundar. Putin, Xi Jingping e os lieders dos Estados islâmicos ou dos estados comunistas que ameaçam e enegrecem a liberdade e os direitos humanos por todo o mundo, não serão xenófobos, racistas e homofóbicos? Ao sucumbir à chantagem dessa esquerda insignificante, Montenegro fez um grande favor aos inimigos da Liberdade e põs a democracia em risco e o próprio país, se bem penso.  Como pode um democrata ignorar ou ostracizar mais de um milhão de eleitores num universo eleitoral tão pequeno como o português? Com a recusa de negociações com o Chega, Luís Montenegro comete um erro crasso que todos nós pagaremos muito caro. Por mim, desde que contido nos direitos humanos que definem uma sociedade livre, não recearia negociar com o Chega. Integrá-lo na sociedade livre é a melhor forma de o combater democraticamente. Em toda a Europa se verifica uma ascenção da chamada extrema direita, por culpa de governações tolas e insensíveis aos anseios do povo que dizem defender. Devemos estar atentos. Mas desconsiderar partidos que obtêm resultados semelhantes àquele que o Chega obteve é um suicídio a curto prazo. Meloni tem feito um trabalho claramente aceitável, como os democratas italianos reconhecem. A UE não está preocupada com a Itália, mas sim com a Espanha onde os socialistas sacrificam tudo à manutenção do poder, achincalhando as instituições sociais, a Justiça e o Estado e fomentando a sua divisão só por querem manter o poder a toda a força.
    Numa entrevista que ouvi há dois dias num canal televisivo foi perguntado directamente e sem rodeios ao A. Ventura o que pensava de Putin. Disse o homem com toda a clareza que o considerava um criminoso e que se pudesse daria todo o apoio à Ucrânia. Disse mais: que apoiaria uma série de medidas que Luís Montenegro defendeu antes e durante a campanha eleitoral, abdicando mesmo de alguns pontos do seu próprio programa. Nem exige comparticipação no Governo. Só quer negociar de forma a não permitir que os seus muitos eleitores sejam humilhados e espezinhados. Será ventura mais perigoso que o Raimundo? Será mais perigoso  que a Mortágua? O que fariam eles se tivessem 48 deputados, se mesmo com a sua insignificância actual, afirmam categoricamente que tudo farão para impedir a direita de governar?
    Este assunto é muito sério, Luís Montenegro. O PSD só tem condições para govenar com o apoio ainda que discreto do Chega. Quando o nega, atraiçoa o seu eleitorado, porque corre o risco de não governar e espezinha mais de um milhão de eleitores que votaram na mudança. Não votaram como o PSD esperava. Mas, por isso mesmo, não faça fretes imbecis aos esquerdalhos hipócrtas e inconsistentes. O Senhorinho do CDS que o acompanha defende o seu mandato e o seu partido e não o interesse nacional. Ele sabe que grande parte dos seus antigos votos foram para o Chega. Nem é de agora. Seja inteligente Luís  Montenegro e domestique o Chega com negociações competentes e oportunas. Só assim poderá ir buscar esses eleitores que julgou conseguir antes e durante a campanha. Faça por levar o seu programa avante negociando com quem pode apoiá-lo e sem medo de quem, mesmo eleitoralmente insignificante, não hesitará em desviar para si os epítetos de xenófobo, homofóbico, racista e anti-imigração, como já fizeram estulta e descaradamente na campanha eleitoral logo após o excelente discurso de Passos Coelho.