Ainda que seja escasso o tempo para blogar, há coisas que ninguém pode deixar passar em claro. O facto de o Governo ter anunciado que não haverá tolerância de ponto no Carnaval está a provocar uma quase insubordinação dos autarcas tão próximos das populações. O argumento da proximidade é tocante. Não pelo frio. Pelos encontrões. Estão tão próximos os nossos autarcas que alguns cultivam essa estranha e porventura obscena proximidade há décadas. E nunca deixariam de ser próximos ou aproximados se a tanto não fossem obrigados pela Lei. Que não quiseram e não querem. Verão, veremos todos as manobras sinuosas que empreenderão para descobrirem os "buracos" da Lei. A insubordinação é democrática. A grande conquista da democracia, desta bendita democracia, foi o poder local democrático. Quod erat demonstrandum. Ai de quem não esteja feliz com esta democracia e com este poder local. Numa palavra, a tolerância de ponto é o paradigma desta democracia e do próprio regime. Porque de folias está o inferno cheio. Foliemos, foliemos, que a vida são dois dias. Por isso, também não devemos ser exigentes com os alunos, coitadinhos, que tanto sofrem para aprender. Teremos de continuar a pieguice que trouxe o ensino ao estado meserável em que se emcontra. Dita em Odivelas, arredor nobre da Capital, onde D. Dinis foliou tudo o que quis - noutro tempo -, a palavra piegas tornou-se o anátema deste primeiro ministro. O qual, apesar de estar numa palestra informal num instituto onde parece que terá dado aulas, terá insultado todo o seu povo quando usou a palavra piegas. Outros usaram lamúrias. Mas sem consequências. Agora piegas é inaceitável. Não há pachorra. A coisa já foi discutida, vista e revista de todos os cantos, apesar de ser inútil e redonda. Mas ainda no Expresso de hoje o Senhor Daniel Oliveira entende que esta palavra do primeiro ministro é um insulto ao povo que lhe deu o lugar. Quem diria. Por mim, acho que verdadeiramente pornográfico é o facto de o Expresso publicar o que o Senhor Daniel Oliveira escreve ao lado de outras coisas escritas por gente séria e intelectualmente honesta como são o Rui Ramos e o Henrique Raposo. Haja Deus! Como pode dar-se tanto espaço a quem ( não é o único) há anos nada mais faz senão derramar ideologia caduca, morta e enterrada nos jornais nacionais. Poderemos estar todos na miséria. Poderemos ter de procurar no lixo a sobrevivência que estes "mestres" da liberdade dirão sempre o mesmo. Sempre o mesmo. É o velho programa antifascista! Por fim, foi a ousadia de Graça Moura em ser coerente e lúcido: não há acordo ortográfico no Centro Cultural de Belém. Que ousadia! Arredar assim essa acefalia a que até os Brasileiros ( alguns) chamam um aleijão. Que Angolanos e Moçambicanos pura e simplesmente recusam. Claro, para os daniéis, são todos uns reaccionários, senão mesmo fascistas. Nem sempre estou de acordo com o Sousa Tavares. Naturalmente. Mas desta vez tocou em todas. Bem e com verve. Revejo-me inteiramente na sua crónica. Por isso, o Senhor Daniel dirá que ele talvez seja tão reaccionário ou fascista como eu. E viva o fado. Que é piegas quando é mau. Que já foi fascista e reaccionário para o Senhor Daniel Oliveira &Companheiros.
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