Parece que o Senhor Ulrich, Fernando, vejam bem (?) terá enfáticamente afirmado esta coisa brilhante : "ai aguenta, aguenta". Se o País aguentava mais austeridade, terá sido a questão colocada ao Senhor. A ocupação do poder político pela mediocridade e pela incompetência é uma verdade da maior evidência. Essa mediocridade e essa incompetência não são exclusivas do poder político. Outros "poderes" com ele imbricados até à medula foram abocanhados pelas mesmas "virtudes". Já aqui fizemos alguns comentários a saídas espantosas do Senhor Salgado. Agora foi o Senhor Ulrich. Sempre muito convencido de si, ao ponto de chamar ignorantes a quem não vê a sua "realidade". Terei de ser muito sintético, mas quero ser claro. A memória precisa de ser avivada, de quando em vez. Como todos sabem, a mal fadada crise começou por ser do chamado subprime: um palavrão anglosaxónico para que o povo não compreenda as coisas. É disto que eles vivem! Eles, os banqueiros e outros. O palavrão anglo-saxónico nada mais representa do que negócios entre os bancos com as hipotecas. Convencidos de que o preço das casas continuaria a subir e que o valor da hipoteca que garantia o empréstimo seria, por consequência, menor do que o valor da casa e com tendência para que essa diferença aumentasse, os banqueiros ( Instituições Financeiras, como é mais rigoroso e eles também gostam mais) " vendiam" entre si essas hipotecas e respectivas margens de lucro. O resultado também é conhecido por todos. A crise alastrou. Como os mais lúcidos previram, os estados Unidos decidiram combatê-la o mais rapidamente possível, enquanto os Europeus se entretinham a "discutir" se já chegara ou não a época dos marmelos. O resultado está à vista. Mas este e outros figurões nem preocupados estiveram durante muitos meses. A desgraça de Portugal ( o tal que aguenta mais e mais austeridade!) era a sua sorte. Pediam ao BCE a 1% e emprestavem ao Estado Português a 7%, 8% e mais. Para quê clentes? Tinham contribuintes! Até que o BCE disse: basta! Já pediram de mais. Eles gostam mais de dizer que a exposição é excessiva. Nessa noite correram todos os telejornais a dizerem o contrário do que tinham dito uma semana antes: ai Jesus, é urgente pedirmos o resgate que o Sócrates disse que nunca iria acontecer. E correram com o Sócrates, claro. Que bem preciso era. O povo é que ficou com a ilusão, em função das eleições, que a coisa era democrática. Essa é a função desta democracia. Criar e manter a ilusão da chamada soberania popular. Bom, regressemos ao tema. Apesar disto tudo, os figurões afinal não estavam tão bem como pregavam. até porque só entre nós era possível contabilizar a dívida pública que detinham e detêm de forma a fingirem activos que não tinham nem têm. E precisaram que os contribuintes ( chamar-lhes Estado é a mistificação usual) disposisessem de vários milhares de milhões de euros para capitalizar as suas "instituições". Eles adoram esta expressão. Pagamos os juros mais altos da Europa. As nossas PME têm nas taxas de Juro o factor mais pernicioso no que à competitividade diz respeito. Os figurões são medíocres, mesquinhos, incompetentes e sem o mais pequeno pudor. Exploram e regozijam-se com isso.
Todos nós podemos definhar. Pobres, muito pobres, haveremos sempre de pagar os seus privilégios. Força, Ulrich, que nós aguentamos tudo. Não fosse V. Exª um especialista fiscal. Quantas offshores tem o seu banco? Ou serão só os outros?
Ele há coisas!
Estou tão desiludida com o desgoverno em que este Governo transformou o País e com a passividade do Cavaco, que um dia destes acordo e dou comigo a achar tudo normal porque o Zé Povinho aguenta tudo...
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