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domingo, 14 de julho de 2013

Gira, gira dobadoira

O Senhor Presidente fez-se anunciar e falou. Agastado, mas falou. O que disse? Ninguém sabe. Ou não fosse Presidente. Os indefectíveis dizem saber. Boa ideia com um contra, um probleminha, (Com AO). Como tem uma ideia minimalista dos seus poderes constitucionais,  decidiu alterar a constituição: o governo deixou de ter um mandato de 4 anos e passou a ter um de 3. Haverá eleições em Julho de 2014: no pós-troika, que é a sua consabida obsessão. Que importa a troika? Tudo o que agora se passa não importa para nada. o que importa é o pós-troika. Como a economia sofre sempre com actos eleitorais e sobretudo com o tempo que as eleições requerem -os mercados que o digam - então marcamo-las com um ano de antecedência. Agora, não pode haver eleições. Mas podemos marcá-las para daqui a 1 ano. Sempre é maior a campanha eleitoral. Mais. Os lideres partidários que se entendam, porque este ponto deve constar do acordo a três. A três porque é a conta que Deus fez. Claro está, branco é, galinha o pôs. (Sem AO). Ora essa. Gira, dobadoira, gira. E não enrices a meada. Uma demissão desgraçadamente atrasada 8 meses - ao que dizem -. Uma outra irrevogável, mas que não foi aceite e por isso mesmo o puto da esquina pôde revogar logo a seguir. Uma posse pelo meio na sombra dos swaps. Que lindo, que luxo. Que democracia invejável. Seguramente - até tenho medo deste advérbio, não vá o adverbiado zangar-se -que o novo grito democrático de expressão mundial será este mesmo: também queremos um presidente assim. Será palhaço? Não será palhaço? Isso é matéria muito importante. Por isso fica ao cuidado do ministério público decidir o enredo. Mas que falou, isso falou. O que disse? Ninguém sabe. Nada disse sobre o acordo existente. Mas disse que tinha de haver um acordo inexistente. Gira, gira, dobadoira.  Até porque era só o que faltava. Somar a uma crise económica, uma crise política. Há aqui um erro de paralaxe. Velho, muito velho. A crise politica, a crise da mediocridade dos políticos que há décadas desfilam no circo nacional, é aquela que tem causado todas as outras. Os palhaços e alimárias várias não são apenas aqueles que hoje ocupam a arena. São todos os que a ocuparam durante as últimas décadas. Mas que agora tecem comentários doutos. Tudo é douto, entre nós, pois claro. Tão douto que até a Simone de Beauvoir conhecem. Imaginem. Gira, gira dobadoira, não enrices a meada. Tinha de falar assim, o Presidente. Em nome do País e não dos partidos. O País primeiro, pois claro. Até porque o PSD jamais aceitaria o acordo negociado agora com o CDS. Jamais aceitaria um governo em que o CDS tivesse predominância. Exactamente. Porque o que importa é o País. Não são os Partidos e muito menos as pessoas. Por isso, o Senhor Presidente nunca poderia aceitar o acordo que o Coelho fez com o Portas. Pois claro. Gira, gira dobadoira. Não me enrices a meada. Também quero. Gritam as criancinhas, por esse mundo fora, nos festivais de inovação e criatividade. à espera do prémio. Também quero um presidente assim. Tão criativo. Tão inovador que até mete raiva. Gira, gira dobadoira, não enrices a meada.  

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