Ontem, 04 de Dezembro de 2015, foi noite eleitoral. PSD/PPD (ainda será assim) e CDS concorreram em coligação, como governaram nos últimos 4 anos. Chamaram-lhe agora PaF ( Para a Frente Portugal). Pois claro. Para trás mija a burra. Claro que os principais protagonistas desenrolam todos os jogos retóricos para iludir factos: estes 4 anos de austeridade empobreceram o País. Era necessária austeridade, direccionada em muitos sentidos mas particularmente no corte das ditas gorduras de um Estado mau, ineficiente, teta descontrolada onde mamam há décadas todos os oportunistas que tornaram esta democracia o atoleiro que nos envergonha. mas era preciso manter ou aumentar a capacidade produtiva do país. A austeridade não cortou qualquer gordura do estado e a capacidade produtiva do país diminuíu drasticamente. Recuou mais de uma década, pelo que resulta dos números. Há um ano, após o António Costa ter corrido com o António José Seguro de forma indigna, era "seguro" para todos ( não só no PS) que a onda de descontentamento viria bafejar o eterno indeciso ex-presidente da Câmara de Lisboa e os boys, muitos mas muitos há anos tristemente destachados. Naturalmente. A fuga dos eleitores do Centro/ Direita encontrou abrigo durante décadas no PS. Era e ainda é o Centrão. Logo, o movimento é de eterno vai-vém. Por isso eles não querem mexer neste sistema eleitoral, claro. Em portugal, há muitos muitos anos que ninguém ganha eleições. Perdem-nas. O Governo, normalmente. Desta vez, ainda que o fenómeno se tenha repetido, a verdade é que a mediocridade do Costa e seus muchachos foi e é tal que não conseguiram capitalizar o desgaste do governo PSD/CDS. Em suma, os partidos que governaram Portugal nos últimos 4 anos,, ganharam as eleições de ontem agora coligados na PaF ( 38% e uns trocos) e o PS não passou de uns 32% e mais uns trocos. O centro/ direita perdeu muitos votos e mandatos, mas nem assim o PS conseguiu federá-los. A expressão, bem apanhada, foi ontem utilizada pelo comendador Mendes, Marques Mendes, também lieder fugidio que foi há anos do mesmo PSD/ PPD e agora estrela da SIC aos Sábados à noite. Esta promiscuidade entre a política e o comentário tem contribuído fortemente para abandalhar o jornalismo e a política, naturalmente. Esta é um exemplo entre muitos. Eles são tantos que parece brotarem das pedras em todos os cantos da comunicação social, melhor dizendo dos veículos de manipulação social.
Mas enfim, voltemos à noite eleitoral. O grande vencedor foi o BE (bloco de esquerda). A Catarina Martins, agora à frente deste grupo heterogéneo, conseguiu o milagre de duplicar o número de votos e de deputados. Foi eficaz durante a campanha e ontem, no discurso de vitória. Mas, na sua euforia - compreensível - cometeu logo o primeiro erro: disse que com os seus votos o governo minoritário da direita não passaria no parlamento e desafiou o PS a fazer o mesmo. Enfim, seria o suicídio ( "irrevogável") do PS, naturalmente. Como o BE é ainda um grupo de protesto, a irresponsabilidade da sua atitude talvez vá sendo esquecida com o tempo. Veremos. Os piquenos saídos do Bloco, e não só, não singraram: nem o Livre, que chegou a anunciar um deputado ( o Rui Tavares, naturalmente) mas que teve de retratar-se, nem mesmo o PDR do Marinho Pinto que, no início da noite, também embandeirou em arco, com a hipótese de eleger dois deputados. Alguém os enganou. AH! Mas houve um deputado para o PAN ( partido dos animais e do ambiente). Curioso, ou nem tanto, "tantos" são os animais em todos os grupos que querem mamar da teta do Estado. Aquando das rondas pelas sedes partidárias, ansiando as câmaras pelos respectivos e necessários pronunciamnetos, os ajuntamentos lembram claramente os vampiros à espera da mencionada teta.
Bom. Desta vez a teta manteve-se nos mesmos. Mais insegura e menos úbere ( talvez) mas foi agarrada pelos mesmos. Veremos por quanto tempo.
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