Como todos sabemos, é tratado pelo pai da democracia portuguesa. Pouco importa. Cada um tem o pai que merece! Tratando-se de regimes políticos, deverá haver também alguma transmissão genética. Digo eu. O facto é que, normalmente avesso a personalizar questões, não posso deixar de referir aqui - escrito informático que por vezes me lembro de actualizar - dois comentários que li em dias seguidos na imprensa portuguesa, ambos citando - ao que parece - o Dr. Mário Soares: ex-secretário-geral do ps, ex-primeiro-ministro, ex-presidente da república, ex-candidato à mesma, ex-candidato a presidente do parlamento europeu, ex-democrata(?). Será? Vamos às citações: primeira: "se a Europa não mudar é preciso fazer uma revolução". A segunda: " é preciso bater o pé à troika". Reconheçamos: o macho despeitado que apelidou a "outra" de dona de casa, está cada vez mais lúcido, mais claro e mais desafrontado. Julgámos que a grande diferença entre a democracia e todos os restantes regimes residisse exactamente no facto de, naquela, não haver revoluções. As mudanças seriam determinadas pelo voto popular. Eleitoralmente. Os portugueses ouviram esta verdade insofismável do pai da sua democracia muitas vezes, ao que julgo. Enganámo-nos. Se a Europa não mudar ( em quê e para quê, eis a questão) façamos uma revolução. Mudêmo-la pela força das armas, dos tanques, dos submarinos, do que quer que seja. Mas mudêmo-la. Claro que a mudança desejável é no sentido de a Alemanha, onde o ps nasceu em 1973, ter de pagar os desvarios dos socialistas portugueses e não só. Que dianho. Eles que trabalhem. Os folguedos são connosco. ( Há séculos, os folguedos da fidalguia mataram o príncipe D. Afonso em Santarém e as nossas aspirações à junção pacífica das coroas de Portugal e de Castela. Ha! Ha! Com cultura é outra coisa! A histórica. Não a do tomate.). Mas também é preciso bater o pé à troika. Não sei se fomos nós que os chamámos, se foram eles que nos invadiram. ( Gosto do nome troika por ser muito Putin, logo, muito democrata.) Seja como for, é preciso bater-lhes o pé. Não é exactamente o mesmo que pateá-los. É só bater-lhes o pé. De birra. Ou de confronto. Que dificuldade terá o Dr. Soares ( e já agora também o Ulrich) em confrontar económicamente técnicos de 6ª ou de 7ª linha? Bata-se-lhes o pé, claro está. E, se necessário, retiremos-lhes os subsídios em 2012. Para aprenderem, pois claro. Este país é de uma serenidade única. O Dr. Soares é de uma seriedade, serenidade e segurança únicas. Todos pensam que não aprecia o Seguro. Mas devem estar enganados. Só um bom seguro permite que nos acomodemos em tamanha lucidez. O Dr. Soares tem um bom seguro e é de uma lucidez invejável. Quod erat demonstrandum.
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