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domingo, 25 de março de 2012

É fartar Vilanagem!

A Parque Escolar( PE) tem andado nas primeiras páginas pelos milhões que desperdiçou, com o pretexto de recuperar e melhorar as escolas da paróquia. Há sempre um bom pretexto. Mas as retorcidas finalidades e instrumentos não são originais. No caso, as ilegalidades vão desde os contratos com os gabinetes de arquitectura até aos empreiteiros "amigalhaços", com trabalhos a mais ( sempre o mesmo!), materiais desnecessariamente dispendiosos, etc. etc. Até um pombal de luxo foi construído em Estremoz. Se alguém pensa que não há justificação, engana-se. Aqui, como para tudo, inventam-se justificações. O País está cansado de tentar compreender como tudo isto foi possível. Como tudo isto é possível. Como tudo isto continuará a ser possível.  Está cansado, está resignado e, bem pensando, até considera normal. É que todos os dias se descobrem novas falcatruas. Que duram uns dias na comunicação social e a seguir se esquecem. Os nossos brandos costumes permitem tudo o que possa imaginar-se. Sempre se soube que a democracia tem fragilidades várias: burocracia, alguma ineficácia, etc. etc. Mas esta nossa democracia tornou-se um verdadeiro faz-de-conta. Ainda ontem, no Congresso do PSD,( o partido do Governo neste momento ), os congressistas votaram uma alteração estatutária que exigia a eleição " em directas" dos diferentes órgãos do partido. O Presidente e primeiro ministro chamou a atenção para a complexidade do assunto e até para o seu absurdo, nalguns casos. Votou-se de novo. Desfez-se o que momentos antes se tinha feito. Ei-la, a democracia portuguesa em toda a sua plenitude. A carneirada e a manipulação. A ignorância é atrevida e facilmente manipulável, obviamente. Não sei se Churchil voltaria a dizer a célebre frase sobre a democracia. Uma coisa é certa. A evolução das sociedades, sobretudo ao nível das novas tecnologias e consequentes repercussões nos diferentes níveis sócio-económicos, determinarão que novas formas de participação sejam urgenntemente encontradas para que as democracias mantenham alguma legitimidade. Ninguém de bom senso poderá compreender que num gigante como é a Federação Russa  ninguém consiga substituir a rotatividade Putin/Medvedev com vantagens sociais. A verdade é que eles lá se mantêm. Ora Presidente, ora primeiro ministro. Ora agora bailas tu, ora agora bailo eu. As democracias demonstram, em grande parte do mundo, tantas e tantas fragilidades, que chegamos a interrogar-nos se tem mais legitimidade do que muitas ditaduras. Votar de 4 em 4 anos não é suficiente para legitimar tudo.
A nossa democracia tornou-se o instrumento da ladroagem, da mediocridade e da desgraça económica em que estamos. Até quando?


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