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quinta-feira, 8 de junho de 2017

O "foco" é tudo.

 Vi ontem uma pequena parte do vídeo da conferência de imprensa convocada pelo Senhor Engº Mexia na sequência da sua constituição de arguido num processo. A outras pessoas, ligadas hoje ou anteriormente à EDP e à REN foi dado idêntico estatuto. Também li alguns resumos da mesma conferência. Ao que parece a EDP não teve nenhum benefício resultante da assinatura dos contratos para estabelecer os chamados CMEC ( Custos para a manutenção do equilíbrio contratual). Só o nome é uma aberração jurídica. Mas o evento ou sucessão de eventos que me leva a retomar este blog há vários meses inactivo, é uma forma de esbracejar num país anedótico cuja democracia foi transformada numa farsa. Por estes e outros indivíduos com privilégios intoleráveis e rendimentos principescos e que, apesar disso, são mediocridades rapaces e patéticas. Quando oiço coisas como aquelas que disse o Senhor Mexia, apetece-me ser jornalista. Quando o Senhor afirmou 
que a EDP não teve qualquer benefício com a assinatura desses "contratos" apetece-me pedir-lhe que se demita, porque nesse caso ele é um péssimo gestor. Um contrato é assinado quando traz benefícios para ambas as partes, visto que pressupõe o princípio da liberdade contratual. Então o Senhor Mexia & Cª foi obrigado a assinar contratos que não trouxeram benefícios à empresa que representa? Que se queixe por coacção! Claro que é mais verosímil considerar que, com estas declarações, o Senhor Mexia & Cª está a chamar imbecis publicamente a todos os Portugueses. Ou seja, está a insultar-nos publicamente depois de passar anos a espoliar-nos sem o menor rebate de consciência.
O assunto é grave. Tão grave que não nos apetece comentá-lo mais demoradamente. Por pudor. No que a corrupção diz respeito, apetece dizer que, em Portugal, cada sachada sua minhoca.
Por isso, terminaremos com pequenas considerações formais, mas que julgamos particularmente pertinentes: a) porque terá estado parado durante anos este processo? Entendo, pelo que li, que só agora a PJ terá sido chamada a auxiliar a investigação. Há anos que defendo que a investigação deve ser das polícias, a acusação do MP e o Julgamento do Juíz. Porque persistirá esta "entorse" ou fricção entre MP e PJ?
b) Porque não pediu o MP o segredo de Justiça neste caso que diz ser complexo e cujo objecto é igual a tantos outros onde até houve e há prisões preventivas? Não gosto do segredo de Justiça. Mas já alguém se interrogou sobre o que aconteceria se todos os arguidos decidissem convocar conferências de imprensa para refutar pocessos penais?
Agora é mesmo para terminar: o Senhor Mexia repetiu de forma patética e pouco convincente ( para qualquer jurista com alguma experiência) uns tantos "ditirambos" non sense para justificar coisa nenhuma. O seu gesto, a sua ênfase e o seu mal disfarçado embaraço foram confrangedores. E aquela de que não perderão (eles) o foco nos objectivos da sua gestão é de gargalhada.  O foco é impertinente. Por isso é de gargalhada. Impertinente também. Ou talvez de corninhos de verde pinho. Pertinentes.
Vá-se lá saber!!!! 

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