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sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal

Assumo a possibilidade de alguém ver neste começo algum pedantismo. Quis intitular esta entrada como semiótica e crise. Curiosamente, o Dicionário da Academia de Ciências de Lisboa ( o tal que demorou anos ou décadas - nem sei -) não tem qualquer entrada para semiótica. Poderia ser por complexo purista e definir semiologia. Ao que parece, semiótica vem mais na tradição anglo-saxónica. Mas não. Também não apresenta qualquer entrada para semiologia. Estranho! O Ilustrado da Porto Editora - que considero fraquito - tem o essencial. Como é sabido, a Semiótica foi objecto de estudos importantíssimos de um professor universitário ( de Semiótica), filósofo e escritor famoso, de seu nome, Umberto Eco. Tratado Geral de Semiótica e As formas do Conteúdo, -para não dizer mais - são obras e produtos de estudos importantíssimos de investigação que Eco exercitou até em romances como o inexcedível Nome da Rosa. Bom. Mas basta do Dicionário da Academia. Eles lá sabem porque utilizaram estes critérios. O que queria dizer era do sentido, do significado do presépio. Significado milenar. Independente da crença ou religiosidade de todos os que honestamente e com sensibilidade meditam e meditaram sobre o presépio e os seus insondáveis mistérios semióticos. Lembro Miguel Torga - que conheci, por felicidade, nos meus 20 anos, em Coimbra, em duas ou três pequenas conversas-. O Natal é um tema recorrente. Terá seguramente três ou quatro poemas sobre o Natal. E todavia, ao que julgo saber, era agnóstico. Porque o Natal é ainda o símbolo mais rico para o amor e sê-lo-á sempre, cito de memória, -com o risco de o adulterar - um poema de Miguel Torga: Lembro o teu nome/ nas páginas da noite/ menino Deus/ e fico a meditar/ no milagre dobrado/ de seres Deus e menino/. Em Deus não acredito/ mas de ti, como posso duvidar?/ Todos os dias nascem meninos pobres em currais de gado/ humanas alvoradas/ a divindade é o menos.

(Direi apenas, a terminar) que esta imagem do presépio foi encontrada por acaso num blog: de Dilti Xavier Lopes, encabeçando a Janela da Alma. Espero que a Dilti não considere abusiva a reprodução.







2 comentários:

  1. Prezado José,
    Cheguei aqui por intermédio do comentário que deixastes em meu blog. Demorei um pouquinho porque fiquei alguns dias sem ligar o computador.
    Vim lhe dizer que a foto que pegastes emprestada não é de minha autoria, eu também a encontrei no Google. Nas fotos de minha autoria eu coloco uma marca d'água sobre a imagem. Você poderá conferir fotos de minha autoria na guia FOTOS do meu blog.
    Agradeço sua preocupação em me avisar e expresso minha alegria em saber que meu blog está sendo lido até em Portugal.
    Vou aproveitar a oportunidade para conhecer o seu blog.
    Um grande abraço e um ótimo 2012!!

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  2. Bem haja Dilti. Manterei a referência porque você merece. Também já li algmas entradas do seu blog. Vou tentar colocá-lo no meu "a seguir". Também lhe desejo um óptimo ano novo.
    José Barros

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