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terça-feira, 14 de junho de 2011

Mais um pequeno apontamento sobre marionetas



Este assunto - marionetas -está adiado há anos, como já disse. Claro que o objectivo prioritário é conseguir alguma ironia, particularmente no paradigma que espero poder estabelecer com certos comportamentos muito comuns nos variados bonecos ( de fios, luva, até de sombras) que povoam os partidos e a vida pública nacional. O título Cucos e Marionetas tem este propósito, como pode ver-se.
Tal facto e tal objectivo não impedem nem limitam a necessidade de investigar o mais possível sobre o teatro de marionetas. Muito menos excluem o grande fascínio que sinto por tal forma de expressão teatral. Por isso não resisto a deixar aqui este singelo apontamento que li um dia destes: no teatro de marionetas o actor projecta-se no boneco que é a sua criação ( em muitos casos, evidentemente). A representação exige habilidade manual, sensibilidade poética, criatividade na encenação, enfim, é de facto, uma arte completa, no sentido mais amplo do termo que aqui faço equivaler a mester.
No teatro de pessoas ( de palco), onde a experimentação é mais dispendiosa e difícil, naturalmente, pode afirmar-se que o actor é o boneco do director ou encenador. Isto não comporta qualquer sentido pejorativo para o actor, evidentemente. Pelo contrário. Em muitos casos, a capacidade para "personificar" a criação do encenador exige um indiscutível talento.
Falei anteriormente do teatro de sombras, que, no domínio das marionetas, tem sido cultivado com grande mestria no Oriente ( Japão, China, Índia Tailândia, etc.). Ocorre-me algo que talvez não seja estulto de todo. A Alegoria das Cavernas, texto bem conhecido de Platão, não será uma clara aproximação ao teatro de sombras com motivação filosófica?
Por tudo quanto disse, há muito de filosófico no teatro de marionetas, mesmo nas suas formas mais populares. Toda esta forma teatral é popular, no melhor dos sentidos. Ocorrem-me também passagens dos "Autos, Passos e Bailinhos" do Mestre Salas e os Bonecos de Santo Aleixo, hoje entregues ao CENDREV no Garcia de Resende.

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