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domingo, 10 de julho de 2011

Marionetas, enfim: um começo

Os espectáculos de marionetas são teatro. E o teatro é comunicação. Todas as formas de arte são comunicação elaborada, crítica, relacional. A palavra inglesa puppet ( de popet pelo alemão poppe) terá origem no sânscrito putrika, puttalika. Marioneta é do Francês mais recente. Mas pode procurar-se a origem semântica em poupette, diminutivo de poupée. No latim pupa ou pupula têm o mesmo sentido: boneca, filha, menina, little girl. A imagem que reproduzimos é do Egipto, muito anterior à era cristã. São anões dançarinos, movidos a fios ou cordas. São marionetas de fios encontradas em Lisht, nas escavações de 1936. No espectáculo de marionetas, o actor, manipulador, realizador, produtor,( todos num só, em regra) esconde-se atrás da sua criação e, por isso, pode ser mais sarcástico, mais irónico e até violento. Também por isso, a criatura ( boneco, sombra, avatar) é o instrumento material da representação. Não será em vão que as marionetas mais populares ( Mr. Punch, D. Roberto, Polichinelle, Pulchinella, Petrouska, Casper, Kasperl, Hans Wurst, Yan Klaassen, Karaghiosis, karagoz, Guinhol, etc.) têm e sempre tiveram um lado violento, ainda que para protecção dos mais desfavorecidos, como é tradição literária. Abordaremos algumas destas personagens, seguramente.

* A imagem foi retirada da obra de Keith Rawlings, Observations on the historical development of puppetry, que seguimos de perto.

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