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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Europa e Estado-Providência:notas esquemáticas

De tempos a tempos, leio agora e oiço considerações muito críticas sobre a Europa e até- imagine-se - sobre o grande motivo de orgulho europeu, após os anos 40: o Estado Social. Há décadas que, em França, mas não só, se previu o fim do Estado-Providência, pela sua insustentabilidade. Mas enfim, a difusão de ideias leva o seu tempo. A insustentabilidade do Estado-Providência, tal como aquele que foi levianamente criado na Europa, não reside tanto no desperdício de meios, mas sim na mentalidade simplista, reducionista, resignada que criou ou ajudou a criar em grande parte da população. Mesmo com a crise gravíssima que vivemos e com taxas de desemprego próximas do absurdo, é comum vermos ofertas de emprego em lojas e que ninguém aceita: ou porque tem de se trabalhar ao fim de semana, ou porque o desempregado, com o valor do subsídio e uns biscates 3 ou 4 vezes por mês acaba por auferir mais do que se tivesse num emprego permanente. Enfim, o Estado- Providência criou os mecanismos naturais de um certo parasitismo que agora passou a ser "moda" denunciar. Só agora!
Revejo, num relance, a história política europeia posterior à segunda Guerra mundial. Detenho-me em momentos chave que levaram à gordura mórbida do Estado Social. Sim, porque todos concordamos com algum apoio público para quem precisa. Ver as pensões de miséria existentes em Portugal e  compará-las com os apoios escandalosos e subsídios à preguiça a jovens de quem deveríamos esperar trabalho, dinamismo e até alguma rebelião, é chocante. Mas, o que se passou em Portugal e talvez um pouco em todos os PIIGS, é deveras espantoso. Conseguiram ultrapassar em poucas décadas, em desperdício, ineficácia e leviandade, todos os outros Estados Europeus. Quem foi tão incompetente? Quem foi tâo irresponsável? Todos os partidos, um pouco. Mas que a memória me traz um gosto a azedo de muito pretenso e arrogante socialismo - ou falso socialismo - é indiscutível.

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