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sexta-feira, 7 de março de 2014

O bom, o mau e o vilão ( -quase-)




No permanente faz de conta em que o país se transformou, os senhores agentes das forças policiais decidiram manifestar-se. Não é a primeira vez, como sabemos. E também sabemos que não há duas sem três. Estão indignados, os senhores guardas, agentes, tanti quanti. Longe de mim criticar esta indignação. Mas têm voz! E os pobres dos cidadãos que deveriam estar indignados e não têm voz? E aqueles que levam cacetadas destes manifestantes quando querem, por sua vez, manifestar a sua indignação? À porta do Parlamento ou em qualquer outro lado menos nobre. Todos os outros cidadãos portugueses  que não são o poder, como podia ler-se nos cartazes e ouvir-se nas palavras de ordem, terão direito à indignação e a manifestar-se? Serão os cordões policiais tão tolerantes e amistosos como foram com os seus camaradas de armas? Sim, sim, porque houve cenas bonitas e ternurentas entre manifestantes e defensores da legalidade Desta feita, não houve falta de meios humanos e materiais. Como sempre há. ou se ouve dizer que há. Desta vez houve apenas a indignação de quem é o poder contra quem ocupa o poder. Com esbulho violento seguramente. Enfim, será sempre um poder usurpado. Há anos que ninguém neles vota, após as eleições, como todos sabemos. Depois dos votos contados. Bonito, bonito, é ler e ouvir os Senhores Ministros fazendo de justiceiros (o eterno faz de conta) que não passa deuma peça de teatro muito má. Ele foi o da administração interna. Ele foi o da segurança. E se mais houvera ( na grande área) mais diriam, claro está. Os sacrifícios são para todos. Ninguém pode estar fora dos sacrifícios. Será? Eles, ministros, também sofreram cortes nos vencimentos? Eles, ministros, também poupam nos gabinetes, nos carros, na luz e na electricidade? Claro que sim. Somos um povo (?) de crentes. Tão crentes, tão crentes, que até cremos que o país está melhor, mas as pessoas, ah! as pessoas, essas, estão pior. O País está melhor porque este ano choveu bem. E a água é indispensável para a lavoura, pois claro. Ainda que o contribuinte pague o couro e o cabelo pela água que consome, também em virtude das concessões brilhantes, como tantos outros contratos elaborados sempre, sempre tendo em vista o interesse público, pois claro: os swaps, as ppp, tantos e tantos que é simplesmente cansativo nomeá-los uma vez mais.

Mas nada disto é importante. Viva a República.