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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Santa Paciência.



Relanceio em segundos o "saboroso ano de 2017" (Costa dixit, mas não para ser glosado por adversários políticos, está claro). Cada palavra em sua terra. Como os nabos.  Sempre oportuno o relance, no início de um novo sabor, conviremos. O que verifico, sem espanto, é um mar de consciências tranquilas. Mare Tranquilitattis, que é uma região lunar feita de lava basáltica onde pousou a Eagle da Apollo 11, e onde o Armstrong deu o seu pequeno passo que foi mesmo gigantesco para a humanidade. Método, sff. Consciências tranquilas sff.  Investiga-se a Fundação O Século: -Sejam benvindos! Temos a consciência tranquila, - diz o Senhor Emanuel Presidente e ex-autarca socialista. Algum jornalista, de má fé, seguramente, divulgou que na bendita Fundação, o Senhor Emanuel dá emprego à mulher, filhos, sobrinhada e piriquitada. E porque não? -Ninguém mais quer trabalhar ao fim de semana! O mesmo sucede com o seu vice, naturalmente. Anteriormente fora a Raríssimas: - a Dª Paula, tratada por Drª mas que afinal não era, também tinha a consciência tranquila. Tanto, tanto, que o País lhe devia ou ainda deve um pedido de desculpas. Desculpas a sério ou melhor "à séria" ( que desactualizado!) serão devidas ao Senhor Vieira, & Esposa, naturalmente. O Senhor Vieira, que gere os milhões da SS e não só, desconhece e ninguém o lembra ( brandos costumes) que as assembleias gerais são os órgãos de fiscalização de contas de todas as sociedades e também das associações. Os conselhos fiscais só acompanham as direcções e dão pareceres para os sócios e associados poderem apreciar e aprovar ou rejeitar as contas que as direcções apresentam. - Responderia: - ainda assim, estou de consciência tranquila. Era pro bono, mas sempre de consciência tranquila. Que tal um neologismo? pro bonoquila Mr. Vieira.
 A propósito de Paulas e de Drs: que admiração será essa? Há drs equivalentes, engenheiros equivalentes, sociólogos equivalentes nos governos e nos boys. repetidamente na Protecção Civil. Essa autoridade. Esta nação pode nem ser um País. Mas é uma boa equivalência. Os portugueses adoram canudos. As equivalência são apenas a captação profunda dos mais arreigados sentimentos nacionais. Um pouco mais aleatoriamente: Depois de Pedrógão Grande e mesmo depois da calamidade de Outubro, a Senhora Urbano estava de consciência tranquilíssima, como era notório. Algumas lagrimetas de iniciada não afectam a consciência. E o primeiro tinha nela tada a confiança. Como tem no Vieira e no Azeredo. Se a lagrimeta não afecta a consciência, muito menos afecta a tranquilidade. A oposição é execrável. Até invoca as ditas tragédias para fazer política. Porque será que a oposição não fala da pasta de dentes?
 E a anedota do senhor Azeredo? Qual delas? Aquela que fala de Tancos?! Não há anedota nenhuma equivalente no mundo civilizado. E no menos civilizado? Talvez haja. Porque não? Logo, a anedota do Azeredo tranquiliza, naturalmente, muitas consciências. Há mais. Muito mais. Mas fiquemo-nos por aqui. O importante agora é a reforma florestal. Importante mesmo é a ilusória reposição de rendimentos. Para a função pública, que ganha mais, sai mais cedo e mantém os tachos, de quem recebe e de quem os dá. Diz o povo: isto é como cebo em nariz de cão.
Houve o menor défice do século, mas a dívida não desceu. O Senhor Centeno até foi presidir ao clube dos "aérios". O desemprego também desceu. Mas os inscritos na SS desceram mais. A saúde, a educação, a defesa etc. alardeiam, aleivosamente, falta de meios.  O costume. Cativêmo-los e cantemos ao jeito de Camões: Aquela cativa que me tem cativo, porque nela vivo, já não quer que viva. Ah! Grande Camões. É isso mesmo. Tantas consciências tranquilas. Quem a perdeu ou nunca a teve, é claro que só pode afirmar a tranquilidade da sua consciência. Ontem, hoje e amanhã, cantaria o Cid. O nosso Cid é claro.