Notas dispersas sobre um País adiado. Alguma ternura e alguma esperança à mistura, porque a vida é esperança.
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sexta-feira, 26 de novembro de 2021
A Geração mais preparada de sempre
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
Precariedades: mistificações e realidade
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
"Gostos não se discutem"
terça-feira, 17 de agosto de 2021
"Aguentem aí irmãs!"
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
Covid 19: os meus anticorpos são melhores do que os teus.
Covid 19: começou a corrida à 3ª dose nos chamados países ricos. É vergonhoso. E é estúpido. O egoísmo embotou de tal forma a sensibilidade e a inteligência que aceitamos todas as imbecilidades com um amorfismo triste. O combate a este vírus tornou-se uma espécie de liga dos anticorpos. Ninguém se interroga já sobre esta corrida estúpida e irracional. Combater o virus que causa esta doença não pode transformar-se numa corrida para ver quem é capaz de criar mais anticorpos. Numa espécie de os meus anticorpos são melhores que os teus. A humanidade sempre viveu com vírus e o corpo humano sempre os combateu. A evolução científica é, obviamente, muito importante, Vital. A criação em pouquíssimo tempo das vacinas que nos permitem enfrentar com esperança este vírus que nos tem atormentado há mais de ano e meio é um hino à ciência, ao trabalho e à dedicação de muita, muita gente. Devemos encarrar tal facto com orgulho e com esperança. Os países mais ricos têm já metade ou mais da sua população vacinada. É importante que continuem a trilhar este caminho. Mas toda a gente bem informada sabe que não combateremos eficazmente este vírus -e nenhum outro, provavelmente - enquanto toda a humanidade não estiver minimamente imunizada. O mesmo é dizer enquanto a hmanidade não estiver vacinada. A prioridade, agora, tem de ser a de abastecer de vacinas todos os países, tenham eles ou não capacidade financeira para tanto. Como os responsáveis da OMS têm dito vezes sem conta, ninguem estará verdadeiramente seguro enquanto a humanidade não estiver segura. Também aqui, sobretudo aqui, o egoísmo acabará por prejudicar todos os países. Se os responsáveis fossem um pouco - apenas um pouco - além de palavras grandiloquentes, compreenderiam isto, defenderiam isto e tentariam convencer as populações dos países que é suposto governarem. desta realidade insofismável. Tenho vergonha quando oiço reclamar a 3ª dose quando é sabido que a maior parte da humanidade não recebeu sequer a dose ou doses indispensáveis a uma protecção razoável. Os anticorpos diminuem passados 3, 4, 5 ou 6 meses? É natural. Mas algum cientista sério afirmou já que essa diminuição de anticorpos significa a total ou mesmo significativa desprotecção face à infecção? Sabemos outrossim que a vacina nada mais faz do que proteger contra as formas severas da doença. Uma pessoa imunizada pode ser contagiado e contagiar outros. Mas parece estar, efectivamente bastante bem protegido contra as formas mais severas da doença. Como acontece com todas as doenças virais ou com a maioria delas Temos de aprender a viver com este virus como aprendemos a viver com os outros, enquanto a ciência não conseguir irradicá-lo definitivamente. Aprender isto. com inteligência e bom senso, significa agirmos determinadamente para que toda a humanidade seja vacinada. Todos quantos queiram. Antes da 3ª dose e antes da vacinação para os mais jovens que só muito excessionalmente são atingidos por formas graves da doença. Porque aprender a viver com o virus significa também querermos para nós a protecção que concedemos a todos os outros. Isto não é sequer altruísmo. Repito, isto é apenas inteligência e bom senso. Não podemos permitir que a pandemia nos roube a liberdade. Melhor. Não podemos permitir que nos roubem a liberdade em nome da pandemia. Mas também não podemos permitir que o egoísmo e a estupidez nos empurrem para o abismo. O processo de vacinação não pode transformar-se na triste superliga dos anticorpos.
segunda-feira, 26 de julho de 2021
O cavalo passou-lhe ao lado
quarta-feira, 16 de junho de 2021
Me(r)dinices
averiguar quais as notícias falsas ou verdadeiras. Está mesmo a ver-se. Serão falsas todas aquelas que incomodem o poder estabelecido. Como o PS tem a sanfona montada e rapazes servis em todos os altifalantes públicos ou mais ou menos públicos, quem se meter com o PS leva, como diria o falecido Jorge Coelho tão bem emitado agora pelo eterno Ministro dos estrangeiros Santos Silva que gosta de malhar na direita. Tudo bons rapazes.
Bolas! Mas voltemos ao caso da Embaixada da Rússia. O Senhor embaixador trata-nos como se fossemos atrasados mentais. Tem razão. Até acreditamos que os nomes dos activistas já foram apagados. Todos nós vimos. Foram apagados a tinta vermelha do caderno escolar. De quem? Do Senhor Santos Silva, claro está. Ele assim o disse. E deu o tom ao Embaixador do Putin. Falando sério. Elegemos nós gente que não tem a mais pequena noção do que é um Estado de Direito. Se tivesse, não se refugiaria numa lei de 1974 que, por incrível que pareça, nem sequer diz nada daquilo que eles querem que diga. Mas se alguma coisa dissesse, sempre estaria absolutamente derrogada pelos princípios e direitos da CRPortuguesa. Pelo que nem é preciso falar da Lei de Protecção de Dados. O Medina pediu desculpa e, está bom de ver, pediu também uma auditoria. Disse que o caso é grave. E todos os realejos do PS se afinaram uma vez mais para arranjar expedientes. Não há expedientes possíveis. Voluntária ou negligentemente, a CMLisboa, de que é responsável o seu presidente Medina delatou os organizadores de uma manifestação, organizada por três cidadãos russos, dois dos quais também cidadãos portugueses. São simplesmente vergonhosos os expedientes das variadíssimas concertinas. Não foi corrigido, O Medina sabia da vergonha desde que ocorreu porque os delatados se queixaram. E actos semelhantes ocorreram desde 2011 com Medina e com o seu antecessor e agora primeiro ministro Costa. Mas ninguém será responsabilizado por isto, como nunca ninguém no PS e no seu governo geral ou governos "regionais" é responsável e jamais será. É obsceno afirmarem continuamente que nada sabem. Tentar responsabilizar subalternos administrativos. Qualquer crítica a estes figurões é um conluio contra o país ou um aproveitamento político. Os figurões são os donos do quintal. E anda um Rio Abaixo a queixar-se que o PS não quis as reformas apesar do apoio que ele ofereceu. Não há pachorra! Apetece organizar uma manifestação em frente ao palácio de Belém. Mas é perigoso. Como é o seu inquilino que nomeia o primeiro ministro e faz questão de o dizer, será que não nos vai nomear também acessores do Medina?
segunda-feira, 7 de junho de 2021
Os Ingleses do (seu) descontentamento
Acabo de ler no Observador um excelente texto de Sofia Madureira a propósito da rábula do turismo anglófilo. É um texto lúcido e corajoso. Um pouco nostálgico, talvez, visto começar com memórias de infância da autora num Algarve que, obviamente já não existe. A autora reconhece isto naturalmente. A transformação do Algarve teve erros mas também coisas positivas. E é evidente que o Algarve não poderia ser "guardado" para privilegiados nacionais ou estrangeiros. O desenvolvimento é saudável desde que se acautelem valores essenciais como o ambiente, relações sociais e laborais justas e o bem estar dos algarvios e dos portugueses. Desde que o Turismo, como todas as restantes actividades sejam sustentáveis, em suma. Não tem sido o caso, como sabemos. Há um luxo excessivo de hotéis e campos de golfo para os quais o Algarve não tem água, e porventura também alguma lassidão com um certo turismo de mochila desregulado. O que me entristece nesta rábula é ouvir sistematicamente as carpideiras, com incompreeensível arrogância, zurzir na incompetência científica dos britânicos e na malvadez do seu governo. Esta atitude é verdadeiramente miserável. Como a imagem sugere, Johnson deve encher o seu ego apalhaçado com tanta imbecil mendicidade. O Senhor Santos Silva que nada faz e nada prevê adora malhar na direita como é sabido. Mas não só. Malha também no governo britânico, sempre que se julga contrariado e até no governo espanhol. Lembram-se do som tonitruante e glorioso de quem manda nas fronteiras portuguesas é o governo português? Mas há mais. Os Ingleses ou britânicos, como queiram, nunca têm razão nas medidas que tomam. Claro que não têm. Deveriam consultar o ministro português dos negócios estrangeiros. Não só realizariam no Porto a final da Champions desde que com equipas inglesas, mas provavelmente bem poderiam marcar metade dos jogos da "premiére" para Lisboa, Faro, Coimbra, Leiria e quejandos. Antecedentes não faltam. Se proporcionámos o final four, porque não o final twoo? E porque não os abrasadores derbys Londrinos ou Mancunianos?
Há bem pouco tempo, se a memória me não trai, o Governo português cancelou os vôos para o Reino Unido, considerando o alastramento rápido da variante inglesa do covid-19. Não tenho idéia do Senhor Johnson se ter rebelado contra esta medida. Que fique claro. Não defendo o Johnson nem o seu governo. Considero, aliás, que o PM é um palhaço e mentiroso cumpulsivo sendo que os amigalhaços deste governo de sua majestade ficam muito bem nas fotografias conjuntas. Mas nada disto significa que tenha de me intrometer nas suas medidas sejam politicas, de saúde pública ou meramente lúdicas. Têm direito a tomar as medidas que entendam sejam elas ditadas por razões sanitárias ou meramente políticas, como sejam as de favorecer o turismo interno. Que direito temos nós de criticar isso? Se o Algarve é excessivamente dependente do turismo inglês, porque não se tomaram medidas há mais tempo para minimizar essa acefalia económica?
Ah! É verdade. Ontem o Sr. PM Costa já compreendeu isto. Como sempre a reboque dos acontecimentos, Ou me engano muito -.oxalá - mas não passará de palavras uma vez mais. Até porque é mais simples vituperar retoricamente os ingleses do que trabalhar e diversificar o turismo e toda a actividade económica do Algarve e de Portugal. Usemos binóculos. Porque nem com tal instrumento encontraremos medidas sérias neste sentido no chamado Plano de Recuperação e Resiliência. Resiliência, confesso, enche-me as medidas.