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sábado, 19 de dezembro de 2020

Pandilha

Nove meses após a tortura e assassinato do Ucraniano Ihur Homeniuk, o país despertou para um este crime execrável após a divulgação de uma humilde entrevista com a viúva. Sabia-se há meses que 3 esbirros, representando o Estado Português, torturaram até à morte este cidadão ucraniano. Mas os responsáveis, políticos e hierarquia, assobiaram para o lado. Primeiro, na esperança de que o seu silêncio arrastasse esquecimento, como é costume acontecer neste sítio  mal frequentado. Cada vez mais. Quando o País despertou, foi um ver se te avias: a mais patética retórica, as mentiras e desculpas mais destemperadas e ridículas, enfim, os costumeiros insultos à inteligência dos portugueses. Retemos três pequenos episódios. (i) O Senhor Presidente da República dizendo que haveria que tomar medidas se, após investigação, se concluísse que o "caso" não era único mas habitual. Como este inquilino de Belém afirma despudoradamente de há anos para cá: apurar tudo, doa a quem doer, para que nada seja verdadeiramente apurado.(ii) O Senhor ministro da administração interna numa inacreditável conferência de imprensa a dar as boas vindas aos jornalistas à luta pela defesa dos direitos humanos. (iii) O senhor primeiro ministro, como habitualmente, a manter inteira confiança política no ministro da administração interna. Fá-lo sistematicamente, porque neste manso e abúlico país, não se pedem responsabilidades políticas a ninguém. Os últimos anos bem o demonstram: incêndios, golas contra incêndios, roubo de material de guerra, transferência de património para sociedades criadas um dia antes da tomada de posse, enfim, poderíamos passar o dia a enumerar. Para nós, que não devemos nem temos qualquer tipo de temor reverencial pelos cipaios do PS, o caso do infeliz Ihur, após ter observado a figura do ministro nas últimas duas semanas, traz-nos à memória o título de um filme: feios, porcos e maus.
Claro que é indispensável tentar compor o ramalhete. Agora, só agora se demitiu a directora do SEF para ir ocupar- ao que dizem-um lugar bem pago na embaixada em Londres. Em sua substituição, o dito ministro acaba de nomear um general da GNR já na reserva. Na GNR, onde esteve durante 2 anos e, segundo parece, não deixou saudades. É a segunda nomeação do mesmo senhor por este ministro parco em conhecimentos. Ou será em obediência? O PSP Magina não ficou bem na fotografia. Mas teve coragem. Viv'ó Magina, porra. Atenção Magina. Quem se mete com o PS leva. Memória futura: Magina era o sítio em Angola, no distrito de São Salvador, mais perigoso  para o batalhão sedeado em Cuimba. E aí morreram, numa emboscada, quase todos os soldados do alferes Alves, da Companhia da Calambata. Há associações com  significado.
Enfim, neste lembrete, ocorre-nos ainda, desta pandilha: TAP, a inverosímel privatização com a qual os portugueses esbracejam e o Neeleman goza, o propalado milagre português no início da pandemia; o repugnante ministro holandês que só gostaria de saber porque é que alguns países estão sempre de tanga quando surgem as crises e entendem que toda a UE deve ser responsável pelos seus desmandos.; o desconhecimento despudorado de todos os responsáveis pela farsa de Tancos. O chega p´ra lá da PGR e a nomeação da actual, bem como o do presidente do Tribunal de contas. E muito muito mais. Por isso, pouco chega aos Tribunais. E o que chega fica a marinar. A operação Marquês é paradigmática. E começo a acreditar que ficará tudo em águas de bacalhau. Pois é. Bacalhau: esse amigo que não dispensamos na consoada. Infelizmente, com estes amigos da onça, perdão do povo, muitos talvez o não possam  ver nesta quadra. Até quando o país continuará a descer económica e socialmente? Até quando perdurará a máquina de propaganda  e a incompetência dos pandilheiros?
Boas Festas.