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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Digestum



A prenda de Natal de 2015 foi o caso Banif. A última vez que escrevinhei neste blog teve esse pretexto. Mais um que os prendados Portugueses, como em todos os casos bancários- e não só - pagarão com língua de palmo. Enfim, passemos a um resumo  desprentencioso dos acontecimentos posteriores.
A campanha presidencial: Foram dez candidatos ( dez?). Que grande estopada esses 15 dias! Do Dr. Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa ( mas cuja licenciatura parece envolta em mistérios suiços para português ver), passando pelo Tino de Rans, ( Vitorino Silva)) houve de tudo. Foi penoso ouvir tantos candidatos e tantas tiradas patéticas. Durante quinze dias. É obra. Recordo ter acordado uma manhã e ouvir na RR um repórter perguntar à Maria de Belém Roseira (ex-ministra e ex-presidente do PS) a propósito de um comício do dia anterior: - Contava com uma sala meio vazia?- A sala não estava meio vazia; estava meio cheia. Ora toma! A candidata, que pretensamente disputava os votos "socialistas" com o Dr. Nóvoa acabaria com 4,24% dos votos de 48,66% de eleitores. Tal foi a participação eleitoral. Os Portugueses estão efectivamente com o saco cheio desta democracia de faz de conta.  Para que a história (não) registe: nestas eleições de 24 de Janeiro de 2016, foram estes os resultados: Marcelo Rebelo de Sousa ( 52%); António Sampaio da Nóvoa ( 22,88%), Marisa Matias (10,12%) Maria de Belém Roseira (4,24%) - repetindo -; Edgar Silva ((3,94), Vitorino Silva (3,28) Paulo de Morais ( 2, 16%), Henrique Neto ( 0,84%), Jorge Sequeira ( 0,30%) Cândido Ferreira ( 0,23%). Factos positivos: Marcelo venceu à primeira volta, o que poupou algum dinheiro e a paciência de todos, apesar do desgosto dos candidatos com a pretensão de disputarem uma 2ª volta; Marcelo fez uma campanha de rua e de café; não utilizou cartazes, outdors; não encheu as caixas de correio, não poluiu, numa palavra. E ainda assim venceu. Em virtude dos muitos anos em que foi  comentador político da (Rádio e TV),  naturalmente. A visibilidade que teve durante esses anos, fez com que o Professor de Direito Administrativo fosse muito conhecido dos eleitores, permitindo-lhe dispensar a propaganda eleitoral. Edgar Silva, o candidato do PCP foi um fiasco, naturalmente não reconhecido, como tal, pelo seu partido. Que nunca perde. Há sempre uma faceta positiva nas suas derrotas. Marisa Silva foi uma surpresa, tal como surpresa já havia sido o resultado do seu Bloco de Esquerda, nas legislativas de 4 de Outubro de 2015. O PCP, pela boca de Jerónimo de Sousa, aludiria ao facto de o seu candidato não ser uma engraçadinha. Toda a gente atribuiu a insinuação à Marisa, claro está. A verdade é que não sendo particularmente bonita, mostrou saber o que diz ( dentro do catálogo de tiradas do BE e de toda a extrema esquerda). Como candidatas eram só duas ( a Marisa e a Roseira), e a Roseira é francamente desengraçada, não poderia haver outra conotação. Para além disto, o seu resultados foi um desastre, como já dissemos, pelo que não poderia ser invejado pelo Partidão. Por aqui me fico, porque tudo isto é muito engraçadinho!
O Banco Internacional de Cabo Verde. Mais um escândalo bancário. Durante anos serviu para ocultar burlas e vigarices dos donos do BES/GES. Tendo ruído o grupo, para que serviria a sua "venda" ao ex-empresário de futebolistas de nome José Veiga? A venda acabaria por não suceder. Porque a PJ deteve o Senhor Veiga e o seu sócio Paulo Santana Lopes ( exacto, irmão dessa excelência). É a operação rota do atlântico, ao que dizem. Fortíssimas ligações ao Congo Brazaville e ao seu presidente, Denis Sassou Nguesso. Tudo boa gente. Tudo boas companhias recomendaveis por qualquer bom pai de família.
O que espanta, o que verdadeiramente espanta é que um "activo" do BES possa ainda ser vendido - como provavelmente seria - a um homem que, segundo as notícias deve ao Estado, de impostos, mais de 11 milhões de Euros. E ninguém vê? e ninguém age? Não é evidente que mais um acto inqualificável se preparava? Ao que consta - boatos é o que sempre temos, e só - o Paulo e o José não podem contactar o Relvas nem o Monteiro ( sim, o Ministro omnipotente que se demitiu e o que foi secretário de Estado e agora ganha mais de €30.000,00) com a função de vender o BES. Indigitado pelo Banco de Portugal, o qual, como é sabido, tem como lema nada saber e nada ver.
Sempre me ri das medidas de coacção tipo estar proibido de contactar com. Rio-me também desta, claro está. Mas já agora: quem dirige o inquérito é o Juiz Carlos Alexandre. Para não variar. Porque terá o Dr. Alexandre aplicado tal medida?
Há mistérios insondáveis. E há coisas tão imutáveis como as essências,  como diria o Padre da minha paróquia natal.