O seu a seu dono. O título é de Bagão Félix e li-o no Correio da Manhã há mais de um ano. Pedimos que nos seja relevada a ousadia. Não conheço o Dr. Bagão Félix pessoalmente. Mas acompanhei a sua vida pública, designadamente enquanto ministro. É um homem que admiro e que tenho como muito sério e rigoroso. Não só na política, mas na economia, naturalmente, e também na botânica, pelo que admiravelmente vai divulgando. Mas o conteúdo deste texto é exclusivamente meu. Julgo, aliás, que o Dr. Bagão Félix não teria sequer em mente as circunstâncias actuais nem quaisquer circunstâncias concretas. Tratava-se somente de uma apreciação genérica, pelo que entendi.
Esclarecimentos dados, vamos ao que interessa. A péssima novela do Senhor ministro Galamba tem estado tão presente na comunicação social que quero aqui confessar um enjôo próximo do vómito. Porque a voracidade da comunicação social descobre sempre um detalhe para esclarecer. Por mim está tudo esclarecido. Ou melhor, está esclarecido tudo o que importa. É tudo tão mau, que nada mais pode ser esclarecido, por mais portas fechadas que sejam impostas à comissão de inquérito. O autor principal, no melodrama do esclarecimento ao País, pretendia exactamente o fecho definitivo dessas portas. Mas as mentiras e até a indigência mental são tão evidentes, neste caso, que nada mais pode ser acrescentado. Quando um roubo de computador justifica o acertadíssimo acto de comunicação ao Serviço de Informações da República está tudo dito. Em termos simples, um roubo é um furto violento. O jurista que exerce funções de 1º ministro nem isto sabe. Mas seja ele furto ou roubo, ambos são crimes. Logo, são actos de polícia totalmente interditos aos Serviços de Informações. Ou seja, o que se queria atabalhoadamente justificar comprova exactamente o contrário. Daí que o Senhor 1º ministro tenha sido necessariamente desmentido pelos seus próprios apaniguados. Burburinhos no ministério do Senhor imensas condições, despedimentos pelo telefone ( a que já estamos habituados), trancas nos quartos de banho ( para evitar assédios?) tudo isso, enfim, são pormenores. Agora, os governantes não terem um conhecimento mínimo da organização e serviços do Estado é de uma ignorância que envergonha. Sem querer que o tempo volte para trás, ocorre-me lembrar que no velho 3º ciclo dos liceus, se bem me lembro, havia uma disciplina denominada OPAN ( Organização Política e Administrativa da Nação). Já que agora os ministros e Cª. devem preencher patéticos questionários para detectar ridículas incompatibilidades, acrescente-se o conhecimento da sobredita disciplina. Um curso rápido de organização política e administrativa do estado. A nação é assunto mais complexo a que nem todos os cartões partidários têm acesso. Há exemplos a que ninguém presta atenção. Por isso, deslizemos alegremente rumo às Venezuelas deste planeta mal tratado.
Gostei da referência a OPAN! Ao menos o elementar, exige-se...
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